quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011



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O samba não vai morrer, mas o povo...




Gerson Tavares

Nós, brasileiros, nos esquecemos muito rápido das grandes catástrofes e dos acidentes que causam um pesar repentino, mas de tão repentino que é logo é esquecido. Na cidade do Rio de Janeiro, não faz muito tempo, o Morro dos Prazeres causou uma comoção generalizada. Muitos desabrigados que perderam tudo numa chuva que ceifou muitas vidas. A prefeitura do Rio de Janeiro fez o que pelo pessoal? Com o tempo tudo ficou no esquecimento e o Eduardo Paes, inteligentemente, se fingiu de morto.

Vocês se lembram do hospital Pedro II, em Santa Cruz, lá na Zona Oeste da cidade? Um incêndio de grandes proporções praticamente acabou com tudo e muitos dos pacientes que não podiam ser mandados para casa ou mesmo removidos para outras unidades da Rede Hospitalar, foram removidos para barracas de campanha montadas no pátio da unidade e por ali ficaram por um tempo e depois, com o esquecimento, ninguém sabe mais o que aconteceu. E a prefeitura fez o que? Tudo caiu no esquecimento e mais uma vez o Eduardo Paes se fingiu de morto. Ah, não podemos esquecer que o Eduardo Paes é o prefeito da cidade do Rio de Janeiro.

Em termos de saúde poderíamos aqui desfiar um rosário de hospitais, como o Lourenço Jorge que está ai, mas que o atendimento é precário por falta de profissionais e se falta profissionais, para que ter medicação? E assim vai a saúde do povo, que só não vai para a UTI por falta de leito.

Mas uma catástrofe tenebrosa se abateu esta semana sobre a cidade do Rio de Janeiro. Um incêndio, sem precedentes, destruiu os barracões de três Escolas de Samba. Tudo aconteceu ali na Cidade do Samba, que tem a administração da LIESA, a Liga das Escolas de Samba. Aí a coisa realmente é para deixar qualquer alcaide de cabelo em pé e o Eduardo Paes é uma autoridade presente nesses casos e não fugiu a responsabilidade.

O carnaval está batendo às portas e o prefeito fez logo o seu papel de salvador da pátria e já designou dos cofres da prefeitura, a importância de três milhões de reais. E ele já falou que tem certeza que algumas empresas irão seguir os seus passos e tudo ficará bem, sem prejuízo para o espetáculo. Mas como alguém deve ter lembrado ao Eduardo que o dinheiro público não é lixo, ontem ele voltou atrás em sua afirmação de que iria dar três milhões de reais da prefeitura e disse que esse dinheiro também virá de empresas privadas em troca de propaganda.

Mas aí em pergunto: quem é o responsável pela administração da Cidade do Samba? Não é a LIESA? Se é a Associação das Escolas de Samba que administra, usa, fatura com shows no espaço e outras coisas mais, por que a prefeitura é que vai se virar para arranjar dinheiro?

Não existe um seguro feito pela Associação das Escolas de Samba? Por que este seguro não cobre os prejuízos? A LIESA lutou contra a RIOTUR para ficar com a administração do carnaval, mas na hora de assumir despesas, nós temos que pagar? E a grana dos ingressos? Foram parar no cofre de quem?

Hospitais fecham e ninguém corre atrás de sanar os problemas, mas se o samba, que ainda é administrado por contraventores, aí o “prefeitinho” corre na frente para salvar o samba. Não é dando dinheiro assim, sem mais nem menos que Eduardo Paes vai dar ao sambista a vida que ele merece. E para o “samba não morrer” Eduardo Paes, dê vida a este povo que só pede dignidade. Lembre-se Eduardo Paes, você não é prefeito da Cidade do Samba, você prefeito da “Cidade Maravilhosa”. É hora do "prefeitinho" pensar que esse incêndio não vai matar o samba, mas os hospitais fechando, isso sim, pode matar o povo.

Aliás, se eu não me engano está na hora do Ministério Público olhar melhor o que há de podre debaixo desse lixo. Alô Ministério Público, sua presença é importante neste momento de desmandos.

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